Relatividade Restrita - Uma introdução



I. Leis de Newton. Referenciais de inércia



Newton pensava no espaço físico como um recipiente vazio que continha toda a matéria do universo. Embora a matéria estivesse em constante movimento e mutação, o espaço era um contínuo ilimitado, infinito, fixo e inalterável.

A Mecânica Clássica baseia-se nas três Leis de Newton seguintes, publicadas na sua grande obra "Principia Mathematica", em 1687:


1.
Lei de inércia ... Um corpo em repouso permanecerá sempre em repouso e um corpo em movimento rectilíneo uniforme (com velocidade constante), assim continuará, a não ser que, em ambos os casos, sobre ele actue uma força exterior.
2.
A aceleração de um corpo é proporcional à força que sobre ele actua e está dirigida segundo a direcção dessa força:
$\displaystyle \framebox{$\,{\bf F}=m\,{\bf a}\,$}$ (1)

3.
A toda a acção corresponde uma reacção igual e oposta.


Um referencial no qual seja válida a lei de inércia de Newton diz-se um referencial de inércia. Um observador em repouso num tal referencial diz-se um observador de inércia.

Seja $ {\mathscr{R}}$ um referencial de inércia. Relativamente a $ {\mathscr{R}}$ , partículas teste movem-se em movimento uniforme (rectilíneo com velocidade constante). Seja $ {\mathscr{R}}'$ um outro referencial em movimento relativamente a $ {\mathscr{R}}$ . Desde que este movimento seja uniforme, isto é, desde que $ {\mathscr{R}}'$ não acelere relativamente a $ {\mathscr{R}}$ , então as mesmas partículas teste, quando observadas em $ {\mathscr{R}}'$ , seguirão trajectórias rectilíneas com velocidade constante. Portanto $ {\mathscr{R}}'$ é também um referencial de inércia. Consegue provar isto formalmente?

A Relatividade restrita (ou especial) trata da descrição dos fenómenos por observadores de inércia e explica como se comparam as observações feitas por dois observadores de inércia em movimento relativo uniforme, um relativamente ao outro.






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