Quem
vem e atravessa o rio
Junto à serra do Pilar,
Vê um velho casario
Que se estende até ao mar.
Quem
te vê ao vir da ponte,
És cascata, são-joanina
Erigida sobre um monte,
No meio da neblina.
Por ruelas e calçadas,
Da Ribeira até à Foz,
Por pedras sujas e gastas
E lampiões tristes e sós.
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E
esse teu ar grave e sério,
Dum rosto de cantaria,
Que nos oculta o mistério
Dessa luz bela e sombria.
Ver-te assim abandonado,
Nesse timbre pardacento,
Nesse teu jeito fechado,
De quem mói um sentimento…
E é
sempre a primeira vez,
Em cada regresso a casa,
Rever-te nessa altivez
De milhafre ferido na asa…
Carlos Tê
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