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Teorema
4.1 (Dandelin) ...
Consideremos uma elipse,
obtida como intersecção de um plano com um cone de
revolução
, e duas esferas tangentes ao plano e ao cone no
seu interior.
Então os dois
pontos de contacto do plano com as esferas são os
focos da elipse.
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Um enunciado análogo
é válido para a hipérbole e para a
parábola, obtidas também como secções
cónicas planas de um
cone de revolução (veja os enunciados detalhados e as
demonstrações correspondentes em LINK).)
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Dada uma secção cónica e uma esfera,
tangente ao plano dessa
secção cónica num dos seus focos, é sempre
possível construir
um cone tangente a essa esfera e que contem a secção
cónica
inicial.
De facto, tomando como exemplo
uma elipse, a figura anterior ilustra
claramente o que há a fazer: seja  o seu
eixo maior,  um foco e  o plano perpendicular ao plano
da
curva que contém  (o plano do papel). Traçamos por  o
círculo de raio igual ao da esfera dada, tangente ao eixo 
.
Construímos as duas tangentes ao círculo que passam por  e
 , respectivamente. A
intersecção dessas duas rectas será o
vértice do cone 
, sendo  e  geratrizes do cone.
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Consideremos uma
esfera e uma recta
, tangente e
rigidamente fixa à esfera. Rodando a esfera em torno de um dos
seus diâmetros, as sucessivas posições da recta geram uma
superfície que se designa por hiperbolóide de
revolução. O cone
recto é um caso particular do hiperbolóide de
revolução
obtido quando a recta considerada intersecta o referido
diâmetro (eixo de rotação).
As esferas cujo centro está sobre o eixo de
rotação e que são
tangentes à recta
, são também tangentes ao hiperbolóide
de revolução ao longo de círculos perpendiculares
ao eixo de
rotação.
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Consideremos o plano que contém o eixo de rotação
e o ponto de
tangência da recta com a esfera
. A recta
, obtida
por reflexão de relativamente a esse plano, quando
rodada em
torno do mesmo eixo de rotação, gera um
hiperbolóide que
coincide com o que é gerado por
.
O hiperbolóide é, por isso, uma
superfície duplamente regrada
- tem dois sistemas de geradores, designados por directo e inverso,
respectivamente, com as seguintes propriedades (ver, por exemplo,
Salmon G., ``A Treatise on Analytic Geometry of
Three Dimensions"):
- 1.
- Por cada ponto do hiperbolóide passam dois
geradores, um
directo e um inverso.
- 2.
- Cada gerador directo (resp., inverso) intersecta
todos os geradores inversos
(resp., directos).
- 3.
- Os geradores directos (resp., inversos) nunca se
intersectam.
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Demonstração
... Sejam  e  os centros das duas esferas. Estas duas esferas
tocarão o hiperbolóide em duas circunferências  e 
. Por
qualquer ponto 
, da intersecção do hiperbolóide com o plano
 , construímos
arbitrariamente um gerador. Este será
tangente às duas esferas em  e 
, pontos das
circunferências  e 
. De seguida, construímos por  as
rectas  e 
. Como estas rectas são tangentes à
esfera de centro  e passam ambas por  resulta que
 .
Analogamente,
 . Consideremos os dois casos
possíveis:
- 1.
- O ponto
está entre e
,
assim como todos os outros pontos da secção
cónica.
- 2.
- O ponto
não está entre e
, assim como todos os
outros pontos da secção cónica.
No primeiro caso temos que:
e no segundo caso temos:
Mas
, ou seja, o comprimento da porção do gerador
entre e é constante, qualquer que seja o ponto
. Assim,
em [1] temos uma elipse de focos e e em [2] uma hipérbole
de focos e
.
Note-se que pode ainda acontecer uma única esfera ser
tangente ao
plano
, o que resulta no caso de uma parábola.
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Teorema 4.3 ...
Dada uma cónica é sempre possível construir um
hiperbolóide de revolução que a contém.
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Demonstração ...
Construímos uma recta não pertencente ao plano da
cónica e que passe na extremidade do seu eixo maior.
Por cada um dos seus focos construímos uma esfera
tangente ao
plano da cónica e à recta
.
Consideremos a recta que una os centros e das duas esferas
construídas. Essa recta será o eixo de
revolução.
Fazendo rodar
e as
esferas em torno desse eixo de revolução, obtemos um
hiperbolóide de revolução. Temos então um
hiperbolóide de
revolução e duas esferas que lhe são tangentes.
Sabemos que
existe um único plano tangente a estas duas esferas e que
intersecta o eixo de rotação. Esse plano, pela
construção das
duas esferas, é o plano da secção cónica.
Por outro lado, pelo
teorema anterior, os pontos de tangência das esferas ao plano
são os
focos da secção cónica obtida pela
intersecção do plano de
tangência com o hiperbolóide. Assim, os focos das
secções cónicas coincidem e podemos concluir que
as cónicas são a
mesma.
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de Dandelin do Teorema de Pascal (II)
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