Ernest Mach (1836-1916) ... Físico e filósofo austríaco cuja filosofia das ciências influenciou profundamente o neopositivismo do círculo de Viena bem como os trabalhos de Einstein em Relatividade. |
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Princípio
de Mach |
Imaginemos um balde, quase cheio com água, suspenso por uma corda, em torno da qual roda:
Como é familiar, no
início o balde roda e a
superfície da
água mantem-se plana. Porém, gradualmente, a água
vai rodando
e a sua superfície deforma-se, elevando-se no bordo, adquirindo
uma forma côncava, devido à força
centrífuga. Se,
subitamente, paramos o balde, a água continua a rodar e a sua
superfície mantem a forma côncava (figura 2).
Mais esquematicamente:
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Newton diz que a curvatura da superfície da água em A2. e A3. se deve à força centrífuga, resultante da rotação da água, relativamente ao espaço absoluto. Esta curvatura não se deve a efeitos locais como, por exemplo, a rotação do balde. De facto, em A1. a superfície da água é plana, embora o balde rode, enquanto que em A3., a superfície da água é côncava, embora o balde esteja parado. Newton explica pois a deformação da superfície da água, atribuindo-a à força centrífuga que se desenvolve relativamente ao espaço absoluto. No entanto, diz Einstein, o espaço absoluto é uma pura abstracção, não é observável, e fica por explicar a verdadeira causa da elevação da água no bordo. Mach atribui esta elevação à presença das outras massas do universo. A água roda, não apenas relativamente ao balde, mas também relativamente a todas as outras massas - estas podem, por isso, ser consideradas como a causa da força centrífuga. A força centrífuga não indica pois rotação relativamente ao espaço absoluto, mas sim rotação relativamente às massas do universo. Do ponto de vista do balde e da água é todo o universo que roda! De acordo com Mach, a força centrífuga é pois um efeito gravitacional dinâmico das massas que rodam. |
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