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O que é que
sabemos mais? Vejamos:
- A segunda lei de
Newton diz que:
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(4) |
- A lei das
áreas diz que o tempo é proporcional à área:
, e atendendo
a (3):
isto é:
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(5) |
- Por
hipótese,
conhecemos como a força central
depende de
distância do planeta ao Sol - a força é a da
atracção universal de Newton -
força central inversamente proporcional ao quadrado da
distância:
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(6) |
onde é
um vector unitário com a direcção do raio vector
do ponto
,
aplicado em (o centro de forças).
Finalmente, reunindo toda esta
informação, temos
então que, por
(6), (4) e (5),
respectivamente:
o que implica que:
ou ainda:
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(7) |
Portanto:
a
variação da velocidade
é proporcional à
variação do ângulo e tem sempre a
direcção radial,
determinada pelo vector de posição.
Em
particular, não depende de
! Em todo o ponto da órbita, não importa quão
distante ou perto do Sol, o correspondente a um dado ângulo
é sempre o mesmo! Isto acontece porque, como vimos em (6),
à medida que o planeta se afasta do Sol, a força que
sobre ele actua fica cada vez mais fraca (diminui com o quadrado da
distância) mas o tempo que a força actua no planeta
aumenta (com o quadrado da distância, como em (3)).
O resultado é que
todos os
's são iguais.
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Este
é o resultado
principal de Feynman. Ele
permite reconstruir a
aproximação poligonal da órbita, dados:
- 1.
- a posição inicial 0 do
planeta
- 2.
- a sua velocidade inicial
e ainda
- 3.
- o
valor constante de
De facto, como se pode
ver no applett seguinte:
- o
planeta, partindo de 0, segue em linha
recta com movimento
uniforme com velocidade
. Quando o raio vector varre um
ângulo ao centro de
, o planeta atinge o ponto 1.
- no
ponto 1 o planeta sofre uma força impulsiva que muda a
sua velocidade de
no sentido radial. A nova velocidade é calculada pela
regra do paralelogramo
.
- o planeta, partindo de 1, segue com
movimento
rectilíneo
uniforme com velocidade
. Quando o raio vector varre um
ângulo ao centro de
, o planeta atinge o ponto 2.
- no
ponto 2 o planeta sofre uma força impulsiva que muda a
sua velocidade de
no sentido radial. A nova velocidade é calculada pela
regra do paralelogramo
.
e assim sucessivamente.
No
applett seguinte
destacou-se, num diagrama separado, a variação sucessiva
das velocidades. A este diagrama de
velocidades
chama-se hodógrafo (=
graphein + hodos = desenhar o
caminho). Foi
inventado por Hamilton.
Como acabamos de deduzir, o
hodógrafo para o movimento de um
planeta sob a acção de um campo de atracção
Newtoniano, é um
círculo, cujo centro em geral não coincide com a origem
do hodógrafo.

Se dividirmos a
trajectória em sectores que subentendem ângulos
iguais (por exemplo
iguais a
, como no applett),
então a soma de todos os
's formam um polígono
regular uma vez que as sucessivas mudanças dos vectores
velocidade estão inclinadas umas relativamente às outras
de um
mesmo ângulo
, e todos os
's têm o mesmo
tamanho,
. No limite, quando
, o
polígono torna-se um círculo de raio
. O centro do círculo
é o ponto de onde parte
. De facto, a "velocidade" do
hodógrafo, tangente ao círculo, é a
aceleração
.
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