|
Consideremos dois planos e . Uma dualidade ou
correlação entre eles é uma correspondência
do tipo:
que verifica as propriedades
indicadas no quadro seguinte.
Plano  |
|
Plano dual  |
Ponto  |
 |
Recta  |
Recta  |
 |
Feixe de rectas ponto suporte  |
 |
|
 |
Recta que une dois pontos |
 |
Ponto intersecção de duas
rectas |
3 rectas intersectam-se num ponto |
 |
3 pontos estão alinhados |
|
|
sobre uma mesma recta |
Ponto intersecção de duas
rectas |
 |
Recta que une dois pontos |
|
|
recta comum a dois
feixes |
Curva pontual |
 |
Família a um parâmetro de
rectas |
 |
|
envolvente  |
Recta tangente à curva num ponto  |
 |
Ponto característico da recta
dual a  |
Curvas intersectam-se num ponto |
 |
Recta tangente comum às curvas
duais |
A realização concreta desta dualidade far-se-á da
seguinte
forma - no plano escolhemos um referencial cartesiano
, e no plano escolhemos duas rectas paralelas
orientadas e uma terceira que intersecte ambas nos pontos e
. Ao ponto , de coordenadas , associámos a
recta , de , que une os pontos e , onde e
(ambos
marcados de acordo com a orientação definida em
cada recta). dizem-se as coordenadas
paralelas da recta
.
No applet seguinte, pode
variar com o rato a posiçãodo ponto
e apreciar a
correspondente variação da recta dual
em .
Este ponto diz-se o dual da recta de . Como
satisfazem
a equação:
 |
(17) |
esta diz-se a equação tangencial do ponto . Simbòlicamente:
 |
(18) |
No
applet seguinte, pode variar com o rato a posiçãoda recta
(azul) mexendo nas
intersecções com os eixos coordenados (os pontos vermelho
e verde). Pode depois fazer variar a posição do ponto para constatar o
significado da proposição anterior.
O ponto é evidentemente o
ponto de intersecção das rectas de coordenadas paralelas
e , que correspondem
aos pontos de
intersecção da recta com os eixos e ,
respectivamente.
Para demonstrar a proposição anterior, e também
para localizar
a posição dos pontos em , consideremos um referencial , no plano ,
como se indica no applet anterior.
Neste referencial, a recta , de coordenadas paralelas ,
é a recta que une os pontos e , e portanto tem
por equação:
Mas:
(substituímos a segunda linha
pela que se obtem multiplicando-a por e somando-a à terceira
linha multiplicada por ). Como , concluímos
que a
recta passa sempre pelo ponto de coordenadas:
que são portanto
as coordenadas, relativas ao referencial , do ponto cuja
equação tangencial é .
Se uma curva , no plano , é dada implicitamente
por:
 |
(20) |
a equação da recta tangente a , num dos seus pontos , i.e., , é:
isto é:
 |
(21) |
onde são
as coordenadas de um ponto corrente sobre essa
recta tangente, que notámos por .
Por dualidade, o ponto , que
verifica a
equação , corresponde
à recta ,
onde e . Portanto as coordenadas desta recta
satisfazem a equação . A pontual , no plano
, corresponde assim a uma
família de rectas , no
plano , que satisfazem a
equação .
Quanto
à recta tangente a , no ponto , recta que
notámos por , e cuja
equação é (22),
ela corresponde por dualidade ao ponto de de equação:
 |
(22) |
Este ponto pertence à recta
, e diz-se
o ponto característico dessa recta. O ponto
descreve pois uma pontual , no plano , a que
chamámos a curva dual à curva e que não é mais do
que
a envolvente da família de rectas . A curva dual pode
reduzir-se a um ponto, como por exemplo acontece
quando se é uma recta em .
No applet seguinte pode
apreciar a descrição pontual de uma
cónica (uma elipse) em e a decrição tangencial da
cónica
dual em . Pode variar com o rato a
configuração da
cónica.
Next: Nomogramas
de alinhamento
Previous: Nomogramas
rectílineos
Índice
Joao Nuno Tavares
2005-03-28
|
|
|