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- 1.
- Transformação de
Galileu
Um
acontecimento
ocorre no instante no ponto de coordenadas
, relativas
a um referencial de inércia
. Quais são as coordenadas de
, relativas a um outro referencial de inércia
, que se move com
velocidade
, relativamente a
?
Por simplicidade, supômos que o movimento
relativo se faz segundo
a direcção do eixo dos e que os eixos se mantêm sempre
paralelos.
A figura mostra que:
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(2) |
equações às quais se deve
juntar:
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(3) |
que
traduz o carácter absoluto do tempo, de acordo com a
relatividade
de Galileu.
- 2.
- Invariância da
distância
Consideremos dois
pontos e cujas coordenadas num
referencial de inércia são
, e
,
,
respectivamente. A distância entre os dois pontos é igual
a
.
Seja
um outro referencial
de inércia, que se move com velocidade
,
relativamente a
, segundo a direcção do eixo dos (os
eixos mantêm-se sempre paralelos).
Relativamente a este referencial os pontos e movem-se - as
equações do movimento são obtidas usando as
transformações
(2) e (3):
-
-
-
Suponhamos agora que
observadores em medem a posição do
ponto no instante e a do ponto no instante
. A diferença das duas leituras é:
-
Portanto, se
, vemos que
, isto é:
A
separação espacial entre dois acontecimentos que ocorrem
no mesmo
instante (são simultâneos) é invariante.
Veremos
que isto
não é verdadeiro em relatividade de Einstein.
- 3.
- Transformação
das velocidades
-
-
Suponhamos
que um ponto se move numa recta com velocidade uniforme
, medida num referencial de inércia
. Se o ponto parte da
origem no instante
, as equações do movimento são:
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(4) |
Seja
um outro referencial
de inércia, que se move com velocidade
,
relativamente a
, segundo a direcção do eixo dos (os
eixos mantêm-se sempre paralelos).
Usando as
transformações (2) e (3) para exprimir em termos de
, obtemos:
isto é:
-
Estas
equações descrevem um movimento rectílineo
uniforme com
velocidade constante ,
onde:
-
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(5) |
- 4.
- Invariância
da aceleração
-
De acordo com as equações (5), as velocidades do
movimento do ponto diferem de uma constante
. Portanto as
acelerações são as mesmas em ambos os
referenciais:
-
Vejamos um exemplo sugestivo de aplicação
das fórmulas que
acabamos de referir, e que será útil em breve.
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Exemplo:
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Dois nadadores nadam num rio de largura . A corrente da água do rio
tem velocidade relativamente a um referencial
, fixo
nas margens do rio.
Cada
nadador nada com velocidade relativamente ao referencial de
repouso,
, da água (o referencial que se move solidário
com a corrente, da esquerda para a direita no applett ...).
O nadador atravessa o rio, partindo de um ponto da margem
para o ponto oposto
, na outra margem, e depois regressa ao ponto
de partida. O nadador nada uma distância
, paralelamente
à margem (e relativamente a esta), até ao ponto
, e depois
regressa.
Quem ganha a prova ?
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Animação
1: Mova com o rato o ponto de controlo para obter a
resposta.
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Resolução:
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As coordenadas dos dois referenciais
relacionam-se através das equações:
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(6) |
(o sinal de é porque
supômos que a corrente se desloca da esquerda para a direita, na
direcção dos positivos).
No
referencial (referencial de
repouso da
água) ambos os nadadores
nadam com velocidade em qualquer direcção. Mas no
referencial
(referencial fixo às margens) a situação
altera-se. A relação
entre as componentes da velocidade nos dois referenciais obtem-se
derivando as relações anteriores relativamente ao tempo
(lembrando que
) e já foi obtida na secção anterior:
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(7) |
Vejamos o tempo do percurso do nadador :
Relativamente a ele nada uma
distância ao longo da margem, como na
animação 1, com uma velocidade e depois regressa
com uma velocidade (é claro que
estamos a
supôr que
!). O tempo total gasto é pois:
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(8) |
onde:
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(9) |
é o chamado Factor de Lorentz.
Vejamos agora o
tempo
do percurso do nadador :
As
componentes da velocidade do nadador
, no referencial
, são , para
algum valor que se pretende
determinar
(o sinal + no percurso e o sinal - no percurso de regresso ).
Mas,
segundo o referencial
, que se move solidário com a
corrente, o nadador percorre uma trajectória oblíqua:
com
velocidade:
isto é:
O tempo total gasto pelo nadador é pois igual a:
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(10) |
Temos portanto que:
Se o nadador ganha a corrida. Se
, isto
é, se a água está parada (não há
corrente), ambos chegam
ao mesmo tempo.
E se a corrente faz um ângulo de relativamente aos dois
nadadores ?
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